domingo, 13 de fevereiro de 2011

Sonho suspenso

Nosso amor não foi suficiente para segurar nosso casamento. Ele chegou ao fim depois de sete anos e para mim foi duplamente triste. Primeiro pela família que não seguiria mais junta, filho pequeno, essas coisas. Meu sentimento pelo meu ex-marido foi uma coisa dessas que só se vive uma vez na vida – pelo menos até hoje tem sido assim. Não me entendam mal, não estou chorando pelo marido derramado, mas nunca gostei de ninguém feito gostei dele e talvez isso não venha a se repetir. A conferir.
A casa caiu - Depois, devo confessar, chorei também pela casa tão duramente acalentada e que parecia fadada a não sair do chão.  Engraçado, eu que teoricamente me considerava tão desapegada a assuntos materiais ter uma reação dessas. Mas tive. Como desgraça nunca vem só, meses depois fui demitida, era repórter especial de um belo jornal onde tinha começado como foca. Para os não iniciados, foca é jornalista iniciante.
Não que minha vida estivesse muito boa. Tinha o fracasso da separação pesando para início de conversa. Eu não tenho familiares em São Paulo. Como jornalista tem plantão eu passava um fim de semana no jornal, outro com filho. Quando se encavalavam filho e jornal o ex- acabava ficando com o pequeno, mas era dureza para ele também. Além do que repórter especial atende todas as editorias e algumas emergências que parecem ter preferência por sábados ou domingos. Eu vivia exausta e quando sobrava um fim de semana para mim normalmente dormia, começava a voltar a ativa lá pelo fim da tarde de domingo.
Solução dos meus problemas - Meus problemas foram resolvidos a revelia pela minha demissão. Finalmente me dei conta de que já tinha passado a era de redação, pelo menos para mim. Era época de fazer outras coisas, que até hoje vivo procurando. Inventei uma coluna, o Diário da Perua, assinado por Anabel Serranegra, que vendi alguns anos para o Estado de Minas, fiz um projeto de cobrir a primeira posse do Lula que foi encampado pelo já finado Instituto Takano com benção da grande Regina Echeverria, free lancers daqui e de lá e fui tocando.  
Publiquei dois livros, meu primeiro romance, Os Florais Perversos de Madame de Sade pela Editora Rocco e o Ioga Além da Prática pela Integrare. Além disso fiz o Aprendi com Minha Mãe da Versar com a Cristina Ramalho. E brevemente teremos também novidades.
Os Florais tiveram colaboração de dois jornalistas, o grande Marcão e minha amiga Helô cuja morte levou prematuramente antes de termos acabado o segundo capitulo

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