quarta-feira, 2 de março de 2011

Alugada e sem teto

Nessa altura do campeonato eu continuava pagando aluguel – o meu religiosamente – e sem ter muita perspectiva. Não queria voltar a morar no meu antigo apartamento, que depois de todos esses anos de financiamento estava quitado. A minha casinha, em que pese ser uma graça, tem alguns problemas.
Primeiro não tem garagem. Não que eu faça muita questão dela. Mas nessa vida de sem-teto meu carrinho já tomou tanta batida na rua que eu só xingo quando tenho de mandar arrumar. As vezes nem noto as porradas mais recentes. Outro dia, por exemplo, caiu o para-choque no meio da rua, R$ 400 para remendar, para trocar nem perguntei. Retrovisor partido, por exemplo, nem ligo mais, já foram uns nove ou 10, juro.

O avarento Scrooge, personagem de Charles Dickens na versão do ator Jimmy Carey

Scrooge escrota - Uma casa velha precisa sempre de um consertinho ou outro. É aí que a porca torce o rabo, quase literalmente. Minha senhoria parece saída de um conto de Charles Dickens. É avarenta, grossa, barraquenta, daquele tipo que vem gritar no meu terreiro achando que é dela. Até hoje ela não suporta a idéia de deposito em conta. Faz questão de dar o prazer da presença todo mês para vir receber o cheque.
Quando mudei achei que daria para conversar, pois há problemas em todo imóvel, principalmente antigos, de alçada do proprietário. Ledo engano ou desaviso. Qualquer trato tomava contornos de pesadelo. Hoje prefiro deixar cair do que ter de falar com ela.Nada que me faça sair correndo. Mas cada vez ficava mais claro que essa situação não tem condição de perdurar. O que fazer?  

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