quarta-feira, 16 de março de 2011

Resolvi, e agora?


Na teoria tudo parecia lindo para começar a minha construção. Faltava apenas convencer meu ex, dono da metade do terreno, a me ceder a parte dele por alguns anos; vender meu apartamento e juntar mais um troco, só a grana desse negocio não ia dar; encarar problemas burocráticos e de construção; e finalmente, mais que tudo, juntar coragem.
Calafrios  Na teoria, apesar de todos os percalços, tudo parecia lindo. Mas quando examinava a situação seriamente gelava de medo. Se construção já e difícil para quem é do ramo imagina euzinha, sozinha, na imensa São Paulo, jornalista, escritora, sem emprego fixo, etc, etc. E lá perto mesmo do meu terreno tinha um esqueleto, um pesadelo, alguém provavelmente mais abonado que eu que foi obrigado a largar a obra no meio.
O mundo desestimula fortemente qualquer idéia que fuja um pouco ao convencional, podem ter certeza. A coisa mais gentil que eu ouvia quando falava de meus planos era “você está louca!!!”, assim, com várias exclamações. Eu também achava. Mas estou acostumada a viver comigo há muitos e muitos anos e sei que sou mestra em tomar decisões, algumas bem erradas, devo confessar, mas decisões. Acho pior esse tipo de personalidade que enrola, enrola e não toma nenhuma atitude.
Meu futuro já chegou - Meu irmão Francisco, já citado, exemplo de advogado inteligente e de boa cabeça, tem uma frase que eu adoro: “Meu futuro já chegou e se bobear tá é passando”. Eu sempre quis uma casa, quantas vezes mais na vida vou ter chance de realizar meu sonho? Pecado de omissão é o pior de todos.
Foi uma luta, uma conversa que chegou a durar anos, mas finalmente meu ex-marido concordou em emprestar a parte dele do terreno. Ele é um sujeito bacana – senão não teria casado comigo – tem outros imóveis e provavelmente não estava precisando de dinheiro, pois já teria vendido o terreno. Eu queimei meus navios, ou seja, vendi o apartamento para não ter chance de mudar de idéia.
E no fundo até gostei que ele tenha me emprestado o terreno ao invés de doar a parte dele para nosso filho. Isso praticamente me obrigaria a fazer o mesmo e, caso não fique rica, objetivo final, vou precisar do dinheiro dessa casa para viver no futuro. Afinal, de que vale ser um passarinho durango numa gaiola dourada? 

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